sábado, 28 de abril de 2012

O poder da música na memória

Lembrei de repente de uma estrofe de uma canção que não ouvia há muito, muito tempo. Brotou da memória, tão cristalina quanto a voz da cantora, me remetendo de imediato à época, ou melhor, a um momento específico quando a ouvia com mais frequência e corri para procurá-la no youtube onde a encontrei. E súbito, mesclando uma alegria tranquila e certa melancolia, voltei aos meus 14 anos, àquele caminho pelo Horto, por onde David H. namorado de minha irmã costumava usar para chegar à Barra da Tijuca e eu, quase sempre junto, de "vela" - o que era provavelmente chato para eles :) e poderia ser chato para mim, mas não foi jamais - e então no fusca cor de tijolo ouvíamos a reprodução numa fita Kodak o album do Renaissance, o conjunto que eu mais gostava na época e este em especial, mais valioso ainda pra mim por não ser encontrável por aqui. Impossível dizer quantas vezes a ouvíamos de fato, mas a impressão ficou, marcando cada acorde desta música àquela circunstância e estará para sempre ligada àquele verde todo da vegetação, das curvas daquela estradinha estreita do Horto e a essas duas pessoas, minha irmã e David, que, sem que pudéssemos saber então, me deram um pequeno, simples e agradável presente que venho guardando no coração e que neste momento, ao reouvir a música, desembrulhei da lembrança e a quem me deu vontade de agradecer.

terça-feira, 17 de abril de 2012

"Conspiração franciscana" e "As filhas da princesa"

Embora não seja empolgante, desses livros que não quero largar, gostei do "Conspiração franciscana", de John Sack que narra a aventura, ambientada quase toda em Assis, de um frei franciscano e uma noviça na idade média para descobrir onde se encontravam os restos mortais de São Francisco - que havia sido roubado e enterrado num lugar secreto por uma confraria religiosa. Interessante os detalhes históricos! Já o segundo livro, "As filhas da princesa", conta fatos passados na família real saudita e/ou com gente conhecida destes, contados por uma princesa saudita e transcritos pela autora Jean P. Sasson; são acontecimentos muito chocantes como por exemplo os surtos de loucura ou de extrema religiosidade (temporários ou permanentes) pelos quais algumas mulheres passam em decorrência de tamanha repressão naquela sociedade; a tara de alguns homens; a dificuldade na educação de adolescentes naquele meio privilegiado da realeza e a existência, ainda hoje, da castração feminina no Egito.